Amigos,
a Wiikileaks, ONG sediada na Suécia, publicou na Internet uma enorme quantidade de documentos sobre a Guerra do Afeganistão, cobrindo o período que vai até a posse de Obama, uma excelente fonte para quem quiser se dedicar ao estudo do período.
Segue o site http://wikileaks.org/ e a notícia, publicada pela BBC nesta segunda-feira [26/07/2010].
Grupo vaza dossiê militar secreto dos EUA sobre o Afeganistão
Mais de 90 mil documentos militares secretos dos Estados Unidos foram vazados para a imprensa internacional, revelando detalhes até então desconhecidos da guerra no Afeganistão, de acordo com reportagens de jornais desta segunda-feira.
O dossiê, que cobre o período entre 2004 e 2009, incluiria informações sobre mortes não divulgadas de civis afegãos, bem como sobre operações sigilosas contra líderes do Talebã.
Os relatórios atestariam que o Talebã teve acesso a mísseis capazes de detectar fontes de calor para bombardear aviões e que uma unidade secreta formada por forças especiais do Exército e da Marinha dos EUA conduziu missões para "capturar ou matar" líderes da milícia.
Os documentos também revelam preocupações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) com a ajuda dos países vizinhos ao Afeganistão, Paquistão e o Irã, a insurgentes do Talebã.
Além disso, o dossiê indica que muitas fatalidades de civis causadas por bombas colocadas em estradas ou resultado de erros em missões da Otan não foram registradas.
O diário britânico The Guardian e americano New York Times afirmam que as informações foram apresentados a essas publicações e também à revista semanal alemã Der Spiegel pela organização online de denúncias Wikileaks.
As publicações disseram não ter tido contato com a fonte original responsável pelo vazamento das informações, mas afirmaram ter passado semanas checando os dados.
O Guardian descreveu o dossiê como um dos maiores vazamentos da história militar americana.
A analista de diplomacia da BBC Bridget Kendall avaliou que o documento revela detalhes das já conhecidas dificuldades na guerra no Afeganistão e mostram a realidade das mortes entre civis.
Os Estados Unidos condenaram a divulgação do dossiê. Uma nota do conselheiro de Segurança Nacional, general James Jones, diz que a divulgação de informações sigilosas "pode pôr em risco as vidas de americanos e nossos parceiros, e ameaçar a segurança nacional".
Ele acrescentou que os documentos cobrem o período anterior ao anúncio do presidente Barack Obama de "uma nova estratégia com um aumento substancial dos recursos para o Afeganistão".
Um funcionário americano afirmou que a Wikileaks não é uma fonte de notícias objetivas, mas sim uma organização que se opõe à política americana no Afeganistão.
Investigação
O dossiê veio à tona no momento em que a Otan diz estar investigando denúncias sobre a morte de até 45 civis em um ataque aéreo na província de Helmand na sexta-feira.
Embora o inquérito preliminar não tenha encontrado provas, um jornalista da BBC que esteve no povoado de Regey conversou com várias pessoas que dizem ter testemunhado o incidente.
Elas afirmaram que o ataque foi durante o dia, quando dezenas de pessoas buscavam abrigo no local por causa do combate que estava sendo travado no vilarejo vizinho Joshani.
Um porta-voz da Otan disse que as forças internacionais se esforçaram muito para evitar mortes de civis.
"A segurança do povo afegão é muito importante para as Forças Internacionais de Assistência à Segurança", disse o tenente-coronel Chris Hughes.
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