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Dream-vision of the Infinite

Em "Dream-vision of the Infinite",  seção do texto "System of the Heavens" de 1854, Thomas De Quincey narra a saga de um homem que foi tomado em meio aos seus sonhos para ser levado ao vestíbulo do Paraíso. Ali, Deus comanda que o homem seja despido das vestes de carne, tenha limpada a visão, fosse instilada nova respiração em suas narinas. Ao final de tudo, o Criador comanda que não lhe modificassem o coração: “seu coração humano – o coração que chora e treme”. 

Equipado de asas, largas como velas, e tendo como guia a um poderoso Anjo, o homem está, enfim, pronto para a infinita viagem no espaço e tempo intermináveis. Juntos, percorrem imensidões inconcebíveis nas distâncias terrestres; vivenciam temporalidades incríveis para os padrões humanos; observam arquiteturas de medidas, direções, formatos e ângulos impossíveis para a realização e concepção da mente humana.


Esses espaços, contudo, apenas antecediam a outros sistemas ainda mais misteriosos e a mundos ainda mais espraiados:
Outras alturas e outras profundezas estavam perto, estavam próximas, estavam à mão do homem! Então, este suspirou, parou, estremeceu, desabou e chorou. Seu sobrecarregado coração soluçava em lágrimas. Seu espírito sofria diante de outro vislumbre da infinidade e agora desejava a morte para descansar das perseguições do Infinito. O homem não iria mais além e disse, suplicando ao Anjo: − Deixe-me deitar em minha tumba, para que eu possa encontrar descanso, pois fim, eu vejo que não existe. Ao que, o Anjo solenemente indagou: − O fim não existe? Foi essa a aflição que te matou? E, investindo suas gloriosas mãos ao céu dos céus, completou: ¬− O fim não existe no universo de Deus? Ah! Também lá não existe começo! (DE QUINCEY, 1854: 198)
Em "Dream-vision of the Infinite" não se aponta apenas que tempo e espaço são inseparáveis:, podem ser estendidos numa dada direção e biologicamente poderiam ser experimentados, desde que emprestadas às condições necessárias para a sobrevivência no espaço sideral. Sua investigação, no entanto, pode nos ser facilitada pela remissão a um sentido próximo à nossa capacidade de compreensão: todo o deslocamento espaço-temporal aconteceu no período de apenas um sonho do homem


Figura 1: William Blake, "And the angel which I saw lifted up his hand to Heaven", c. 1805 Metropolitan Museum of Art, New York.
Figura 2: William Blake, "Jacob's Dream", c. 1805, British Museum.

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