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Conan, o filme Bárbaro

Amigos,

Conforme havia prometido a vocês, fui ver o filme ‘Conan - O Bárbaro’. Rumei para o cinema certo de que iria torrar meu suado dinheirinho em mais uma lenga-lenga de Hollywood.. Para minha surpresa, nem ação & porradaria o filme tinha... Grana de professor é igual às Estalecas do Big-Brother: a gente tem de ralar numa maratona e ainda é obrigado a gastar com material de trabalho...

Voltemos ao filme. Robert Howard passou longe desta produção, uma vez que praticamente nada do espírito original da obra sobrou: hoje Conan é apenas uma marca, tão despersonalizada quanto sabonete ou batata frita de saquinho. Aliás, falta de personalidade é a marca registrada de Jason Momoa, o ator que encarna o personagem-título, que não convence ninguém com seu olhar de peixe morto. Nem na obrigatória cena de sexo para adolescentes Momoa conseguiu ser sensual. Todos se lembram do primeiro filme, quando o governador californiano Schwarzenegger encarou a bruxa mocréia? O bruto austríaco é o cara!

Só uma coisinha a respeito do Conan de Robert Howard. Conan não teve um pai como o velhinho do ‘Karatê Kid’, nem podia ter. Conan era o espelho de Howard, que carregou por toda a vida o ressentimento de ter tido um pai ausente. Este foi até um dos motivos que o levaram a dar um tiro na cabeça.

Além do mais, o roteiro não tem criatividade alguma e é inverossímil mesmo para um filme de fantasia. Só para citar uma das muitas cenas absurdas: no final do filme, o vilão Khalar Zym (quem?) coloca no rosto a tal máscara que ele perseguiu durante vinte e tantos anos e o que acontece? NADA! Absolutamente nada. A máscara, que mais parece um polvo maluco, não produz efeito algum! Igual ao 3D pelo qual me fizeram desembolsar mais umas Estalecas... E a cena em que o Conan pirralho fica segurando a caçamba de meleca quente que não esfria nunca?

É, entre o cinema e os quadrinhos, fiquem com os contos originais de Howard – depois de oitenta anos eles ainda são absurdamente mais modernos que Hollywood.

Aproveito para publicar novamente no blog os dois artigos que escrevi sobre o Conan de Robert Howard, mais os vídeos da palestra que fiz na TV Universitária da UFRN em que falo da influência de Robert Howard na invenção dos Role Playing Games.

Abraços.



PEIXOTO, Renato Amado. "Robert E. Howard: o suicidado pela sociedade". In: Montenegro, Antônio Torres et al. (Org.). História: cultura e sentimento - Outras histórias do Brasil. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2008, v. I, pp. 419-428.




PEIXOTO, Renato Amado. "Conan - Não morrer morrendo: um exame da produção de identidades e de espacialidades por meio da aproximação da história com a literatura." In: Bellini, Ligia et al. (Org.). Tecendo Histórias. Espaço, política e identidade. Salvador: EDUFBA, 2009, v. I, pp. 293-304.




Conan e a invenção dos RPGs (1ª Parte)




Conan e a invenção dos RPGs (2ª Parte).

Um comentário:

Voltrotz disse...

Concordo com todo o seu texto professor, salvo uma parte em especial...

O Mamoa conseguiu ser sexy sim hahaha
Faltou-lhe um pouco de "magia" feminina para perceber haha (ainda bem!)

Abraço e adorei o post!