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Umberto Eco lança livro baseado nos 'Protocolos dos Sábios do Sião'

Amigos,

Umberto Eco acabou de lançar na Feira do Livro de Frankfurt seu novo livro, 'The Prague Cemetery' cujo tema é a mentira, e que se baseia no 'Protocolo dos Sábios do Sião', um dos mais infames livros já publicados em todos os tempos, o qual foi utilizado pela propaganda hitlerista para divulgar seu programa antissemita por todo planeta.

O 'Protocolo dos Sábios do Sião' teve uma edição no Brasil em 1937, que foi prefaciada por Gustavo Barroso, chefe das milícias paramilitares do integralismo e líder
da facção mais radical desse partido.

Lembre-se que Umberto Eco já havia antes colaborado com Will Eisner para a produção de uma HQ
'O Complô – A História secreta dos Protocolos dos Sábios de Sião' que explica a falsificação e os processos de divulgação dos conteúdos dos 'Protocolos dos Sábios do Sião'.


Folha de São Paulo - 14/10/2011 - 15h37

Umberto Eco declara fascínio por mentiras na Feira de Frankfurt

JOSÉLIA AGUIAR
ENVIADA ESPECIAL A FRANKFURT


Um senhor erudito e vetusto, ao visitar a Feira do Livro de Frankfurt no fim da manhã desta sexta-feira, fez mais sucesso que Charlotte Roche, a moça à frente das listas de mais vendidos alemães que compareceu ao evento na véspera.

O italiano Umberto Eco, 79, que lança agora "O Cemitério de Praga", teve quase quatro vezes mais gente na plateia e na fila de autógrafos do Sofá Azul, série de conversas com escritores na Feira do Livro de Frankfurt.

O novo romance de Eco se baseia numa história real de fraude: o Protocolo dos Sabios de Sião, documento sobre suposto complô dos judeus para dominar o mundo que, mesmo após se comprovar décadas atrás de que se trata de uma falsificação, continua a ser traduzido como se fosse verdadeiro.

Para ter uma medida da popularidade de Eco: a toda-sorrisos Charlotte Roche, 33, britânica radicada na Alemanha, acaba de publicar seu novo e segundo livro "Schlossbete" --segundo os críticos, tão pornográfico quanto o de estreia, que no Brasil tem o título de "Zonas Úmidas" (Objetiva).

No Sofá Azul, Eco explicou que tem fascínio por histórias que envolvem mentiras, intrigas e estupidez.

"A mentira é algo profundamente humano. Animais, como o camaleão, podem até se camuflar. Mas só o homem pode mentir deliberadamente", argumentou o escritor.

Tanto quanto a mentira, a estupidez humana também o deixa admirado, pois, segundo afirmou Eco, "a inteligência é algo banal".

Semiólogo italiano que há três décadas começou a escrever ficção --"O Nome da Rosa", seu policial medieval, tornou-se best-seller na década de 1980--, Eco afirmou que é contra o politicamente correto na literatura. "Quasímodo não teria sido inventado", explicou, referindo-se ao personagem clássico de "O Corcunda de Notre Dame", de Victor Hugo.

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