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Estudios de historia, ciencias y lenguaje

Amigos,


Acaba d
e ser publicado na Espanha o livro 'Estudios de historia,ciencias y lenguaje' de Carlos Alvarez Maia, muito interessante, especialmente para aqueles que trabalham com História das Ciências (clique aqui para ler a introdução e o índice do livro).


Segue o resumo feito pelo próprio autor:




Tratam-se de 4 ensaios, em espanhol, de pesquisa historiográfica sobre os desafios de entender como ocorre a produção do conhecimento, seja em história, seja em ciências.

Considero que todo conhecimento possui a pretensão de ser uma “representação realista” de algo que ocorre no mundo. O objetivo desse conhecimento é alcançar a compreensão “verdadeira” sobre algo. Entretanto, nosso momento histórico – desde a segunda metade do século XX – privilegia uma postura sociológica que aponta como os saberes são constituídos por relações e condições estabelecidas em sociedade. Fala-se de uma construção social do conhecimento. E aí se encontra um dilema contemporâneo: realismo ou relativismo?

Afinal, no relativismo, o sujeito que conhece é que constrói o saber sobre um objeto. Por outro lado, no realismo, o objeto é que promove o verdadeiro saber. E assim surgem questões problemáticas. Com quem ficamos: com o sujeito ou com o objeto? Será que os acordos societários é que definem o que o objeto deva ser? E o realismo científico, onde fica? Quem executa a ação: o sujeito ou o objeto?

Como proposta de solução deste imbróglio – que aflige atualmente a história e os
Estudos de ciências – indico o esgotamento e o fracasso da partição sujeito - objeto que grassa na historiografia. No realismo o sujeito é passivo e no relativismo ele é ativo.

No realismo toda atividade parece emergir do objeto – daí, conhecimento objetivo – que exalaria a verdade do mundo. Já o relativismo estaria eivado de subjetivismo. Uma teoria científica, objetiva, seria um reflexo na instância simbólica de uma verdade do mundo material.

Como alternativa a essa partição e suas dicotomias, penso que o conceito de “agente” é mais útil e reflete o caráter interativo entre sujeito e objeto. Há agenciamento recíproco. Sujeito e objeto são agentes em interação. Há agenciamento recíproco entre coisas e pessoas. Assim, exploro as relações históricas entre as agências materiais e as simbólicas como produtoras dos saberes. Tais agenciamentos são mostrados, nestes ensaios, como “sujeitos pragmáticos” efetivos e que em suas interações movimentam a história.

Uma novidade daí decorrente é a consideração tanto dos elementos simbólicos quanto dos materiais como agentes nas interações. Esta renovação introduz uma compreensão pragmática das significações extraídas das práticas humanas interativas. São essas significações que tecem – por suas articulações – o registro simbólico das ideias, teorias e dos modelos compreensivos do mundo. Enfim, as significações articuladas estruturam o que se convencionou designar como linguagem. Trata-se aqui de uma perspectiva etnográfica inovadora alinhada com a antropologia da linguagem contemporânea e que ultrapassa o clássico entendimento da linguagem como um simples produto da mente dos indivíduos, como ocorre no mentalismo linguístico.


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