Eu já tinha visto alguns trabalhos de artistas hiperrealistas, mas as obras de Paul Cadden, desenhista escocês, que estão sendo expostas junto com as de outros autores dessa escola na galeria londrina Plus One (1) nos obrigam a ter de repensar certos problemas da relação entre arte e técnica.
Vale a pena reproduzir o que o próprio Paul Cadden pensa a respeito do hiperrealismo:
"Eu penso que a criação da Arte não precisa levar à alienação e ainda pode ser altamente gratificante; alguém pode derramar sua subjetividade em um objeto e alguém pode até ganhar prazer do fato que outro, por sua vez, ganhe prazer deste derramamento. Ainda que os desenhos e pinturas que eu faço sejam baseados em fotografias e filmes, a ideia é ir além da fotografia.A foto é utilizada para criar um foco ainda mais sutil e complexo no tema retratado: a imagem virtual se torna uma imagem viva, uma intensificação do normal. Os objetos e cenas em meus desenhos são meticulosamente detalhados para criar a ilusão de uma nova realidade que não é vista na foto original.O estilo hiperrealista centra-se muito mais na ênfase do detalhe e dos temas retratados. As pinturas e esculturas hiperreais não são interpretações estritas das fotografias, nem são ilustrações literais de uma cena particular ou tema. Em vez disso, elas utilizam elementos pictoriais adicionais, frequentemente sutis, para criar a ilusão de uma realidade que de fato não existe ou não pode ser vista pelo olho humano.Além disso, elas podem incorporar elementos temáticos emocionais, sociais, culturais e políticos como uma extensão da ilusão visual pintada; uma distinção que a separa da velha e consideravelmente mais literal escola do fotorrealismo." (2)
Sem perder mais tempo, observem os desenhos abaixo, FEITOS À GRAFITE, por Paul Cadden (clique sobre a imagem para expandi-la):
RAP 19/03/2012
'Nva 24'
(1) Galeria Plus One - http://www.plusonegallery.com/
(2) Minha tradução: sítio de Paul Cadden - http://paulcadden.com/
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